O som do disco de vinil (LP ou Long Play) é mesmo melhor que o do CD?
(Imagem retirada de: http://jairfeitosa.blogspot.com/2009/11/o-lado-b-do-lp-e-o-pt-i.html )
Na minha cabeça de jovem, antenado nas novas tecnologias, essa ideia era quase ridícula. Tecnologia nova significa avanço, melhoria, portanto...
Além disso, o som dos novos aparelhos de CD era muito bom!
Mas nesses meus estudos iniciais pelo mundo do áudio descobri que não é bem assim.
O vinil (LP) de fato parece ter uma grande vantagem em relação ao CD, mas ela não é definitiva.
Explicação:
O som é formado por ondas de ar (mecânicas).
O microfone transforma essas ondas mecânicas em ondas eletromagnéticas.
Na produção do Vinil, as ondas eletromagnéticas são transformadas novamente em ondas mecânicas, que movem alguma máquina estampando as ondas na superfície do disco.
O CD é diferente. É um meio de gravação digital. Isso quer dizer que ele grava no famoso formato "0 ou 1". Ou seja, todas as informações são transformadas (digitalizadas) em sequências de 0's e 1's. Isso funciona perfeitamente para vários propósitos, mas para outros nem tanto.
O que acontece é que as ondas eletromagnéticas são elementos contínuos (como uma rampa), e o CD (digital) armazena elementos discretos (como uma escada), 0's ou 1's e só. Sendo assim, durante o processo de gravação do CD, as ondas (contínuas) são transformadas em sequências discretas. Como o espaço (físico) do CD é limitado, não é possível gravar uma quantidade infinita de informações. Assim, a rampa (contínua) tem que ser transformada em escada (discreta) para caber no CD. Esse processo é chamado de compressão. Com a compressão o som acaba perdendo qualidade, assim como uma rampa que era lisa fica com imperfeições quando é transformada em escada.
Existem vários aspectos da música que podem ser comprimidos, gerando diferentes qualidades de CD's.
Existem também alguns tipos de discos digitais que resolvem, ou se aproximam muito de resolver, esses problemas. Alguns deles utilizam processos de compressão mais inteligentes (como o XRCD) outros como o DVD, disponibilizam mais espaço para armazenamento de informações, o que diminui a necessidade de compressão e, consequentemente, perda de qualidade.
Agora, voltando ao garoto ligado nas novas tecnologias, é fácil imaginar que logo logo vão criar algum padrão de gravação (Blu-ray talvez já chegue lá?) que comporte tanta informação sonora que, mesmo sendo discreta, é tão detalhada que nossos sentidos humanos não mais serão capazes (fisicamente) de distinguir do som natural.
Além disso, segundo http://soldesafinado.blogspot.com.br "o vinil tem uma granulação mínima, que limita a extensão analógica, criando os mesmos "degraus". Além disso, o ato de passar a agulha no sulco vai quebrando as ranhuras, diminuindo a resposta em altas frequências e a dinâmica, além de aumentar a distorção e o ruído. E esta degradação é acentuada a cada reprodução!"
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